Muito
embora na Maçonaria Brasileira não se admita a Iniciação da mulher,
há organizações maçônicas de mulheres, inclusive no Brasil; mas não
são reconhecidas pelas chamadas Potências Regulares.
No
Brasil, o papel da mulher na Maçonaria e, em particular, na Loja Cayrú,
foi e é tratado como de grande relevância porque entendemos que a
mulher é o pólo basilar da família.
Atualmente,
rara é a Loja Maçônica que não tem um Corpo Feminino atuante,
ajudando os maçons nas atividades de beneficência, sociais e de
confraternização. Pode-se dizer que o valor de uma Loja é medido pela
maior ou menor capacidade de atuação do seu corpo feminino. Como nós
Maçons somos "Irmãos", as nossas esposas são chamadas de
"CUNHADAS", com importantíssimo papel,
pois um indivíduo, se casado, só será um bom
Maçom se tiver ao seu lado a sua mulher, compreendendo o
trabalho por ele desenvolvido e ajudando-o.
A
primeira menção que encontramos sobre a mulher na Loja Cayrú consta
da Ata 773, de 17/8/1918,
quando o Venerável usando da palavra diz:
"...
agradece a presença das Famílias; falando também da igualdade dos
direitos da mulher...".
Atentemos
para o detalhe do ano 1918. Portanto, bem antes do movimento feminista
dos nossos tempos... das igualdades dos direitos, etc. Já em meados de
1923, na Ata 948 do dia 2/5, encontramos registro da proposta do Ir.'.
Jesus com o seguinte teor:
"...
no desejo ardente de a Loja Cayrú melhor dignificar a verdadeira Maçonaria
hodierna, pensa na realização de uma sociedade filantrópica, que seja
profana e formada pelas Exmas. Senhoras que a ela queiram pertencer; já
se vêm, que esta sociedade terá todo apoio moral e material da Loja
Cayrú, terá fiscalização direta da Administração da Loja e
funcionará completamente afastada de nossos trabalhos. Nossas leis maçônicas
proíbem mulheres em nosso seio; mas esta será uma sociedade profana,
tendo tão somente o patrocínio da Cayrú; terá sede social em uma das
alas do prédio desta Oficina, que a mesma cederá para o seu
funcionamento. Os fins da sociedade ou outro título que venha a ter será
o de filantropia, auxílio à pobreza, escolas às crianças deste
bairro, divertimentos familiares entre seus associados, conferencias e
outros assuntos sociais...".
E aqui abrimos um parêntese para deixar uma pergunta no ar:
-
Teria sido este o primeiro grande passo em direção à criação do
CORPO FEMININO da Cayrú?
Podemos
com toda certeza afirmar que o DEPARTAMENTO FEMININO DA LOJA CAYRÚ,
através dos tempos, vem se mantendo dentro da máxima de que:
"Todo
direito gera um dever".
Um
Departamento Feminino terá tanto sucesso, quanto seus partícipes
souberem falar, ouvir e batalhar, no bom sentido, e que cada um faça o
que puder dentro de seus limites.
As nossa Cunhadas sabem bem externar as suas emoções e convicções, atingindo seus objetivos, num percurso que é só delas e que ninguém percorrerá na estrada da vida: são vencedoras e têm como missão fortalecer e participar das atividades extramural aos nossos trabalhos maçônicos em Loja, onde a "Família unida é mais difícil de ser dissolvida".